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As configurações sociais engendradas pelo turismo em Conceição de Ibitipoca, MG: “novas” relações e estratégias de distinção social no espaço rural

postado em 30 04 2021

Categoria: Artigo

Ano: 2005

Título: As configurações sociais engendradas pelo turismo em Conceição de Ibitipoca, MG: “novas” relações e estratégias de distinção social no espaço rural

Autores: Bruno Pereira Bedim e Maria Aparecida dos Santos Tubaldini

Resumo:

Considerando as particularidades que permearam a trajetória histórico-social do turismo no povoado rural de Conceição de Ibitipoca, MG (Brasil), o presente artigo demonstra, a partir de um estudo etnográfico, como sua comunidade tradicional se reorganizou a partir da implementação dessa nova atividade na região. Têm-se o modelo teórico de Norbert Elias – o modelo das figurações sociais – como paradigma a nortear o estudo. São analisadas as relações de poder e de status desencadeadas pela chegada de novos atores sociais ao lugar, engendrando, assim, uma série de conflitos e tensões sociais entre os recém-chegados “forasteiros” e a população camponesa que há três séculos estava estabelecida na região – os chamados “nativos”. Por conseguinte, demonstra-se como ambos os grupos disputam para si as posições de poder mais elevado, delineando estratégias de distinção social e disputas que envolvem tais relações, incluindo as respostas reativas do núcleo nativo à “invasão” dos “de fora” ocorrida a partir dos anos 1990, cuja expressão máxima é o movimento identificado como Fora Forasteiro. As tensões e polarizações entre “forasteiros” e “nativos” expressam antagonismos intergrupais em nível local, consequência da contínua mudança e desequilíbrio nas estruturas econômicas e sociais provocadas pela expansão do turismo na Serra de Ibitipoca. Contudo, o presente trabalho sinaliza que nem sempre essas diferenciações na hierarquia local são pautadas a partir de aspectos étnicos ou econômicos, muito embora a atividade turística insira na comunidade uma lógica competitiva até então incomum aos camponeses “nativos”. Nesta perspectiva, algumas constatações reforçam a ideia de que as relações de poder em Ibitipoca não são unicamente pautadas em critérios econômicos, e sim numa combinação de fatores de distinção social como naturalidade, grau de coesão e organização de cada grupo interrelacionado, identidade e tempo de residência no lugar. Correlacionando a figuração nativosforasteiros com a relação estabelecidos-outsiders, estabelece-se um eixo principal de reflexão sobre a constante universal apontada por Elias – o carisma grupal distintivo – e seus desdobramentos. Por meio da pesquisa documental e dos relatos orais, as figurações observadas em Conceição do Ibitipoca permitem refletir e compreender aspectos políticos sociais da reestruturação econômica da localidade face ao advento do turismo e, por conseguinte, melhor visualizar as relações macroestruturais entre turismo e mudança social.

 Palavras-chave: Turismo; Figurações Sociais; Espaço Rural

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